A Cirurgia Dermatológica é a área especializada em procedimentos diagnósticos, cirúrgicos, estéticos e oncológicos realizados na pele ou no tecido celular subcutâneo, que têm por objetivo prevenir, restaurar e manter a saúde da pele, cabelo ou unha.

Todas as patologias citadas a seguir poderão ser tratadas cirurgicamente, porém nem todos os casos necessitarão, podendo o dermatologista escolher o tratamento clínico, inicialmente.

Por outro lado, é importante frisar que, para cada patologia, pode-se optar por mais de uma técnica para tratamento, dependendo da idade e histórico do paciente, número, tamanho e disseminação das lesões e até mesmo da habilidade do próprio profissional ao executá-la.

Somente o dermatologista, com toda sua experiência e treinamento, poderá escolher o melhor método para cada paciente.

Verrugas Virais

São proliferações que ocorrem na pele em razão de infecção pelo vírus HPV. Nas solas dos pés, vulgarmente são denominadas "olho de peixe", mas também podem ocorrer em torno das unhas, nas mãos e face. Nos genitais deve-se investigar doenças sexualmente transmissíveis. Disseminam-se com facilidade e por este motivo, recomenda-se o tratamento o quanto antes, que pode ser feito a princípio com medicações tópicas queratolíticas. Muitas técnicas cirúrgicas são descritas, como cauterização química, desbastamento, crioterapia, shaving e eletrocoagulação. A escolha vai depender do tipo, da localização das verrugas, da idade do paciente e até mesmo da quantidade de lesões e da experiência do dermatologista.

Nevos (pintas)

Nevo é o nome técnico dado a um "sinal" ou "pinta". Um nevo pode ser ou não de nascença, mas isso não quer dizer que ele não tenha perigo e portanto não precise ser acompanhado porque, eventualmente, ele pode sofrer alterações e transformar-se em câncer de pele tipo melanoma, um dos mais letais tumores malignos. É muito importante acompanhar periodicamente com um dermatologista de sua confiança e caso seja necessário, poderá ser feita uma avaliação através da dermatoscopia que auxiliará o médico a decidir se aquela lesão é suspeita antes de submetê-la a um procedimento cirúrgico.

Quelóide / Cicatriz Hipertrófica

É uma cicatriz anormal, motivada por trauma (piercings ou tatuagens), acne ou procedimento cirúrgico. Decorre de uma tendência individual e é mais frequente em afrodescendentes e asiáticos. A diferença entre cicatriz hipertrófica e quelóide é que no quelóide a cicatriz ultrapassa a localização do trauma e tende a não regredir espontaneamente, como a cicatriz hipertrófica. Mas, o tratamento, quando necessário, é basicamente o mesmo e vai desde crioterapia associada a infiltração de medicamentos na lesão à radioterapia, em casos mais graves.

Verruga Seborréica

São lesões benignas de aspecto graxento ou planas, que aparecem com a idade, principalmente no tórax, na face, couro cabeludo, braços e pernas. Não são contagiosas nem malignizam, sendo que o tratamento, realizado apenas por questões estéticas, pode incluir a curetagem associada ou não a eletrocoagulação, a crioterapia ou cauterização química. Por serem de caráter genético, não há possibilidade de prevenção do seu aparecimento.

Queratose Actínica

Lesão de pele causada por exposição crônica ao sol em indivíduos de pele clara. Deve ser sempre tratada, pois trata-se de lesão pré maligna, ou seja, se não tratada pode evoluir para um câncer de pele, no caso do tipo espinocelular. Manifesta-se como uma lesão vermelha, áspera, que pode descamar na face, braços e colo. O tratamento depende de cada caso e pode ser feito através de crioterapia, cauterização química, quimioterápicos em creme e nos casos mais resistentes ou extensos, cirurgia e terapia fotodinâmica.

Molusco Contagioso

Doença contagiosa, causada pelo Poxvírus e muito comum em crianças pré escolares. Caracteriza-se por lesões em formato de esfera, cor da pele e brilhantes, que facilmente disseminam-se em curto período de tempo, especialmente em indivíduos alérgicos. O diagnóstico é clínico e feito facilmente por um dermatologista. Os tratamentos baseiam-se na destruição da lesão através de curetagem, crioterapia, cauterização química ou imunomoduladores tópicos, a depender de cada caso.

Câncer de pele

É o tumor formado por células da pele que sofreram alterações e multiplicaram-se de maneira desordenada e anormal dando origem a um novo tecido, a neoplasia. Existem vários tipos de câncer de pele, sendo os mais frequentes no Brasil:

  • Carcinoma Basocelular: representa 70% dos casos, sendo também o menos agressivo. Aparece como um nódulo ou ferida com crescimento lento e que sangra com facilidade, normalmente em áreas de exposição solar; pode ser tratado cirurgicamente ou com quimioterápicos em creme com chances enormes de cura
  • Carcinoma Espinocelular: 2.o tumor maligno de pele mais prevalente no Brasil, com 20% dos casos. Apresenta-se como placa ou ferida de consistência dura, que não cicatriza e com crescimento rápido, em áreas já danificadas pelo sol em indivíduos idosos. O tratamento, geralmente cirúrgico, deve ser feito o mais precocemente possível a fim de se evitar a expansão do tumor
  • Melanoma: deriva geralmente de uma "pinta" nova ou já existente, mas que sofreu alteração na forma, cor ou tamanho em pouco tempo. Nos homens, predomina nas costas e nas mulheres, nas pernas. O diagnóstico deve ser feito por meio de biópsia do tumor e quanto mais precoce, menor a profundidade e extensão da lesão e menor a chance de metástase para outros órgãos.

Xantelasma

São depósitos de gordura que se manifestam por placas amareladas nas pálpebras superiores e inferiores. Concomitante, pode ou não haver aumento de colesterol e/ou triglicérides. Não causam sintomas, mas são frequentemente motivo de consulta devido à questão estética. Podem ser retiradas cirurgicamente através de cauterização química, pela técnica de shaving e eletrocoagulação ou pela técnica convencional de excisão e sutura. Mais recentemente, o laser de CO2 tem sido utilizado para esse fim com excelentes resultados e com uma chance menor de deixar cicatriz, quando feito por profissional capacitado.

Cisto Epidérmico

São nódulos benignos e móveis, da cor da pele, com um orifício central por onde elimina uma secreção tipo "sebo", preferencialmente na face e no tórax e muito comumente, múltiplos. Podem ocasionar incômodo quando há aumento de volume ou quando inflamam ou infeccionam, situação esta que ocorre quando há manipulação frequente. O tratamento, nestes casos, é cirúrgico.

Siringoma

São pequenas elevações cor da pele ou amareladas, que ocorrem mais frequentemente nas pálpebras inferiores por aumento de glândulas sudoríparas (que produzem o suor). Tem caráter hereditário e geralmente recidivante, e mais comumente são assintomáticos, sendo recomendada sua remoção apenas por questões estéticas. Várias técnicas podem ser utilizadas, como a cirurgia convencional, a quimiocirurgia (cauterização química), a radioeletrocirurgia (eletrocoagulação) e até o laser de CO2 fracionado.

Fibroma Mole (acrocórdon)

É o tumor de pele benigno mais comum no adulto e frequentemente leva o paciente a procurar um dermatologista devido a sua característica inestética. Pode estar associado à obesidade, resistência à insulina, diabetes e gestação e por ser de tendência familiar, não há como evitar seu aparecimento. O tratamento é muito simples e pode ser feito através de crioterapia, cauterização química ou elétrica, por dermatologista experiente, de forma a se prevenir cicatrizes.